terça-feira, 23 de setembro de 2008

Turtura da distância...


Mostras para mim o teu corpo

oculto na penumbra

trazendo contigo uma magia

que as pontas dos meus dedos

aprenderam a conhecer

Vejo no teu corpo

o mapa traçado pelo meu desejo

e nos teus olhos

o desafio que me fazes

a uma viagem ao interior de nós

Nasce nos meus olhos a chama

que me incendeia

que queima as minhas veias

e deixa no meu corpo

um desespero

que é doce

que castiga

que é bênção 

que é cruz

Nasce ao olhar teu corpo

um desejo que é meu

que conheço

que me toma

que não se apazigua

e na minha boca o travo forte

do sabor da tua pele

do desejo que se desenha em mim

nasce no sorriso com que disfarço

a ânsia 

a angustia

a ferocidade que me toma

que faz de mim um animal

que esquece o racional

e guia-se pelo instinto

nasce em mim

um turbilhão que me toma

que me escraviza

que nasce e morre no teu olhar

nesse corpo que é meu

que quero ter

que quero tocar e te entregar meu corpo
para poderes amar

num desejo partilhado

construindo

tecendo

todos os tempos

do verbo amar




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