terça-feira, 23 de setembro de 2008

Amantes...


Amantes de olhares em fogo

que se cruzam

numa cumplicidade só deles

lembranças

loucuras

de noites incendiadas

no seio do desejo

Amantes enlouquecidos

num fogo que nunca termina

fogo eterno

ardente

que só a alma sente

num inferno

que é paraíso

num tormento

que é doçura

Amantes

olhares trocados

corpos juntos

mesmo separados

que se anseiam mutuamente

vidas ligadas

aprisionadas

num desejo persistente

que se cola na pele

que não acalma

é latente

Bocas incendiadas

que se exploram num gemido

num grito que é doloroso

de uma dor tão perfeita

que aliena os sentidos

amantes entregues

torturados

em dois corpos separados

que na sede da entrega

de dois

se tornam um

Um corpo

num só bailado

até ao desejo saciado

em que voltam a ser dois

esperando que o desejo 

de novo os torture

e se voltem a misturar

essências 

odores

e tudo isso misturado

fica um só corpo depois

até ao desejo ser

de novo saciado

e terminado o bailado

na certeza absoluta

que recomeçara depois

serão sempre um

 nos corpos de dois



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